terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Prólogo

28 de dezembro de 2010,

eu e minha mãe caminhavamos pela Rua Jhon Stewart, talvez aquela tenha sido a rua mais escura por onde eu caminhei, o medo tentava tomar conta de mim, parecia que a todo momento eu vivia uma ilusão, onde para todo lugar que eu olhasse eu visse coisas que me faziam sentir medo. Via reflexos nos espelhos, passos seguindo os meus passos, portas se abrindo e rangendo, eu já pensava em como minha mãe podia me levar para um lugar tão assombroso. Foi então que tudo aconteceu, 2 indivíduos apareceram no final da rua, aparentemente usando mantos, fomos chegando mais perto.
Sim, agora era possível ver, eram mantos negros que cobriam o corpo todo, como um casaco, usavam uma espécie de touca para cubrir a face, o que me impedia de olhar as fisionomias, mas eu podia apostar que estavam sorrindo, não para mim, por mim.
 Um deles me olhava fixamente, parecia me vigiar, me sentir, sentir meu medo. O outro entregou uma espécie de papel para minha mãe. Ao esticar o braço pude ver uma espécie de marca no punho, era como uma marcação, um código.
- Dezoito - disse eu relativamente alto.
Os dois olharam para mim, pude sentir que estavam espantados.
- Pois não - disse uma voz, parecida com um gemido, uma voz aguda, velha, podia jurar que tinha mais de 70 anos, cheia de ódio.
- Desculpe. - disse sem saber o eles fariam.
Pensei em correr, mas tinha absoluta certeza que um deles não tirava o olho de mim. Resolvi tentar. Me move ligeiramente para tras, tive que decidir que caminho seguir. Lembrei-me de passar por uma porta que estava aberta, mas não não era nessa rua. Resolvi só correr. E não me mexi. Senti medo, não por mim, pela minha mãe, não podia deixa-la lá, sozinha, com dois ... rapazes?
- Jhonat Smith, filho, você precisa me ouvir. - ela disse, fitando o "dezoito". Ele fez um sinal afirmativo com a cabeça e ela se virou para mim - Você precisa ir, eles não te faram mal, muito pelo contrario. Te ensinaram coisas que você nunca irá aprender em escolas daqui. E meu filho seja forte, você não poderá voltar por muito tempo,  mas assim que for possível você sabera onde me procurar.
- Mãe, por quê você está dizendo isso? - sentia lágrimas escorrendo pelo meu rosto, mas não conseguia faze-las parar.
Os dois ainda nos observavam, podia jurar que eles não haviam se mexido nem um milimetro.
- Precisamos ir - disse a mesma voz de antes, com uma pitada a mais de medo. Eles estavam se mexendo, isso não podia ser bom. Tinham que ir, e eu iria com eles.
Era agora, tentei correr, virei de costas e corri, quase cai na minha primeira passada, minha mão se apoiou no chão para que eu conseguisse equilibrio, senti ela sangrar, corri por uns 300 metros aparentemente sozinho, olhei para tras não havia ninguem lá só minha mãe que chorava. Onde estavam os outros? Pensava, olhei para tras de novo só para ter certeza do que havia visto. Era verdade. Onde eles estavam, deviam estar atras de mim ou ter desistido. Gostaria que fosse a segunda opção. Ouvia barulhos que eram tão sutis que podiam ser comparados a uma corrida de gatos. Meu coração disparou e comecei a suar, estava com medo, tinha acabado de ver um dos dois, agora eu conseguia ver a sua aparência. Morena, cabelo esvoassante, podia jurar que ela não estava fazendo esforço algum, ela não tirava o olho de mim, eu era a presa, ou o aprisionado. Preferia ser o primeiro nesse momento.
O outro logo se fez perceber, caminhava sobre o telhado dos ediificios. Ouvi um forte estrondo e a morena desapareceu, devia ter cansado ou estava bolando algum outro plano mais complexo. Olhei de novo para onde ela caminhava, e podia jurar que ela estava andando sobre as janelas, desviando dos postes e pulando as portas, ela havia quebrado a janela e entrado dentro do edificio, porém, para meu azar, estava atras de mim de novo.
- Jhonat cuidado - pude ouvir da voz de mim mãe, mas não pude evitar.